Levar uma tampa. Toda a gente já levou uma (e se disserem que não estão a mentir!). Conhecida por muitos como uma maneira de despachar pessoas indesejadas, é vista por outros como uma arte. Eu desconfio que até haja peritos que se debruçam unicamente sobre esta temática, mas isso levar-nos-ia por outros caminhos.
A questão que se coloca aqui é então a seguinte: porque razão é que levar uma tampa pode ser considerada uma arte? Ora muito bem, há diferentes maneiras de despachar uma pessoa:
1-A chamada técnica do trespasse (defendida por Fernando Alvim)
2-A técnica do “Estou doente, não quero que sofras por minha causa”
3-A célebre frase:”Tu não és o problema…quem o é sou eu.”
4- E mais uma data delas que dependem da originalidade de cada um.
Todas estas artimanhas de certa forma suavizam o acto de deixar alguém de quem já não gostamos, que já não nos diz nada. No fundo até se pode dizer que são formas de compaixão para com a outra pessoa, de maneira a não a fazer sofrer ainda mais. Agora levar uma tampa meus senhores é uma coisa mais a bruta! E tem arte! Sabem porquê? Porque embora se resuma a um simples:” Epah não quero nada contigo. Descola!” faz-nos pensar numa série de coisas ao mesmo tempo: “Mas…mas será que sou chata/o?”, “Será que tenho mau hálito?”, “Não me digas que foi por causa da minha unha encravada!”, “Deixa-me pegar na caçadeira que já te digo!”- enfim; tudo coisas que nos vêm á cabeça no momento. Levar uma tampa deixa-nos estáticos por algum tempo e aí começamos a dar uma volta pela nossa vida, a massacrar-nos e a questionarmo-nos sobre grandes dogmas existenciais (na melhor das situações).
Neste momento sei o que vos está a passar pela cabeça:”Então mas será que ela levou uma tampa?!”. Não têm nada com isso seus curiosos! Limito-me a cumprir as minhas funções de blogueira! E agora se me dão licença vou ali pegar na caçadeira.
Maria João